terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Dor no pescoço persistente? Saiba mais sobre a cervicalgia crônica

 


Médico explica causas, impactos e tratamentos necessários para conter os sintomas.


                                    Dr. Alexandre Elias, neurocirurgião especialista 
                                    pela Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC)


A cervicalgia crônica, ou dor persistente na região posterior do pescoço, é uma condição que pode comprometer significativamente a qualidade de vida. Ela é considerada crônica quando seus sintomas persistem por mais de três meses, demandando uma abordagem multidisciplinar. De acordo com o Dr. Alexandre Elias, neurocirurgião especialista pela Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC) – entender as causas e buscar o tratamento correto é essencial para conter a evolução do quadro, bem como reverter os seus sintomas de forma eficaz.


Envelhecimento, traumas, doenças secundárias e até má postura crônica estão entre as causas da cervicalgia crônica, “O uso prolongado de smartphones, por exemplo, que nos obriga a ficar muitas horas com a cabeça inclinada para frente e para baixo, sobrecarrega a musculatura cervical, impondo um peso muito maior para a sua sustentação”, relata o médico.


Se somarmos esse hábito aos processos degenerativos comuns do avanço da idade e a formação de hérnias de disco ou “bicos de papagaio”, temos um alto potencial de desenvolvimento da dor cervical.

Quando há uma compressão das raízes nervosas, a dor pode se somar a outros sintomas, como formigamento e perda de força nos membros de extensão do pescoço (escápula, ombros e braços).


Diagnóstico e tratamento: abordagem personalizada é a chave


O diagnóstico correto da cervicalgia crônica começa com uma avaliação detalhada, que inclui anamnese, exame clínico e exames de imagem, como ressonância magnética e raio X dinâmico, cujos resultados guiarão um tratamento é direcionado com as necessidades individuais de cada paciente.


Segundo o Dr. Alexandre, a abordagem inicial costuma ser clínica, com o uso de medicamentos para alívio da dor, fisioterapia e técnicas de liberação miofascial. Também é indicada a correção postural, o fortalecimento muscular e o gerenciamento do estresse, ajustes de rotina que fazem uma grande diferença no controle da dor.


Nos casos mais graves, em que o tratamento clínico não é suficiente, pode ser necessária a intervenção cirúrgica. "Técnicas minimamente invasivas, como a endoscopia, têm mostrado resultados bastante promissores ao agirem na descompressão de raízes nervosas ou da medula, devolvendo qualidade de vida ao paciente", explica o médico.


Prevenção é o melhor remédio


Para evitar a cervicalgia crônica, adotar medidas preventivas é fundamental. O Dr. Alexandre Elias compartilha algumas orientações práticas:


  • Corrija a postura: Evite manter a cabeça inclinada por longos períodos.
  • Alongue-se regularmente: Movimentos suaves ajudam a preservar a flexibilidade.
  • Invista na ergonomia: Adapte o ambiente de trabalho para minimizar a sobrecarga no pescoço.
  • Gerencie o estresse: Técnicas como yoga e meditação podem ser grandes aliadas.


O mais importante é ouvir o corpo. A dor é um sinal de que algo está errado e precisa de atenção. Com diagnóstico precoce e o tratamento correto, é possível evitar complicações e retomar uma rotina leve e sem dor”, conclui o especialista.


Para quem deseja se aprofundar no tema, o Dr. Alexandre Elias abordou a cervicalgia crônica no episódio mais recente de seu podcast . O conteúdo oferece uma visão detalhada sobre o assunto e está disponível no link a seguir: Hora da Coluna.

Sobre o médico:


Dr. Alexandre Elias


Neurocirurgião de coluna com foco em cirurgia minimamente invasiva, atua há mais de 20 anos na área. É também especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), pela Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC), mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e research fellow em cirurgia da coluna vertebral na University of Arkansas for Medical Sciences (EUA). O médico ainda atuou como preceptor de cirurgia de coluna vertebral no Departamento de Neurocirurgia e de Coluna do Setor da Unifesp de 2007 a 2015 e foi Chefe de Coluna do setor, de 2010 a 2015. Atualmente é membro do Hospital Sírio-Libanês e do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Dia da Internet Segura alerta para os riscos da reutilização de senhas

Especialista orienta sobre boas práticas para proteger contas digitais e evitar golpes

                                                                                                                                                                            Imagem: Freepik

Rosivaldo Lima


No dia 11 de fevereiro, o Dia da Internet Segura reforça a necessidade de adotar medidas eficazes para proteger informações pessoais no ambiente digital. Entre as principais ameaças à privacidade online, a reutilização de senhas em diferentes plataformas se destaca como um hábito perigoso. Caso um único código de acesso seja descoberto por criminosos, diversas contas, como redes sociais, e-mails e até serviços bancários, podem ser comprometidas.


“Ao utilizar a mesma senha em vários sites, o usuário amplia significativamente os riscos de invasão. Muitas plataformas não possuem mecanismos robustos de proteção, o que facilita o vazamento dessas credenciais. Se um invasor obtiver essa informação em um site vulnerável, ele pode acessar outros serviços em que o internauta tenha usado a mesma chave de acesso”, alerta Humberto Caetano, professor do curso de Ciência da Computação da UNINASSAU.


Para evitar fraudes, especialistas recomendam que senhas sejam alteradas periodicamente. “Mudar a cada três meses pode ser uma prática eficiente, mas também gera o desafio de memorizar muitas combinações. Uma solução viável é a troca anual, desde que se adote códigos realmente fortes e exclusivos”, sugere Caetano.


Uma senha confiável deve ser composta por uma sequência aleatória de caracteres, sem relação direta com palavras, datas ou expressões fáceis de serem deduzidas. Para facilitar a criação, o professor indica um método criativo. “Usar referências de livros, filmes ou músicas pode ajudar a elaborar senhas robustas. Por exemplo, a frase ‘Ainda Estou Aqui concorre ao Oscar depois de 20 anos!’ pode ser transformada em ‘4E4c40dd204n0s!’”, exemplifica.


Gerenciadores de senhas são alternativas eficazes para armazenar credenciais com segurança. “Essas ferramentas funcionam como cofres digitais protegidos por um código mestre. No entanto, é fundamental que essa senha principal seja altamente segura, pois toda a proteção do sistema depende dela”, enfatiza Humberto.


A autenticação em duas etapas também é essencial para fortalecer a proteção digital. Esse mecanismo adiciona uma camada extra de verificação, exigindo, além da senha, um código enviado para o celular ou outro dispositivo confiável. Dessa forma, mesmo que um criminoso descubra a senha, ele ainda precisará do segundo fator para acessar a conta.


Já o armazenamento de senhas em navegadores pode representar um risco. “Ao salvar credenciais no navegador, o usuário transfere a responsabilidade da segurança para o programa. Caso o computador seja comprometido, essas informações podem ser acessadas por terceiros. O ideal é memorizar senhas essenciais e não registrá-las em nenhum local vulnerável”, conclui o especialista.