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Dia da Internet Segura alerta para os riscos da reutilização de senhas
Especialista orienta sobre boas práticas para proteger contas digitais e evitar golpes
Rosivaldo Lima
No dia 11 de fevereiro, o Dia da Internet Segura reforça a necessidade de adotar medidas eficazes para proteger informações pessoais no ambiente digital. Entre as principais ameaças à privacidade online, a reutilização de senhas em diferentes plataformas se destaca como um hábito perigoso. Caso um único código de acesso seja descoberto por criminosos, diversas contas, como redes sociais, e-mails e até serviços bancários, podem ser comprometidas.
“Ao utilizar a mesma senha em vários sites, o usuário amplia significativamente os riscos de invasão. Muitas plataformas não possuem mecanismos robustos de proteção, o que facilita o vazamento dessas credenciais. Se um invasor obtiver essa informação em um site vulnerável, ele pode acessar outros serviços em que o internauta tenha usado a mesma chave de acesso”, alerta Humberto Caetano, professor do curso de Ciência da Computação da UNINASSAU.
Para evitar fraudes, especialistas recomendam que senhas sejam alteradas periodicamente. “Mudar a cada três meses pode ser uma prática eficiente, mas também gera o desafio de memorizar muitas combinações. Uma solução viável é a troca anual, desde que se adote códigos realmente fortes e exclusivos”, sugere Caetano.
Uma senha confiável deve ser composta por uma sequência aleatória de caracteres, sem relação direta com palavras, datas ou expressões fáceis de serem deduzidas. Para facilitar a criação, o professor indica um método criativo. “Usar referências de livros, filmes ou músicas pode ajudar a elaborar senhas robustas. Por exemplo, a frase ‘Ainda Estou Aqui concorre ao Oscar depois de 20 anos!’ pode ser transformada em ‘4E4c40dd204n0s!’”, exemplifica.
Gerenciadores de senhas são alternativas eficazes para armazenar credenciais com segurança. “Essas ferramentas funcionam como cofres digitais protegidos por um código mestre. No entanto, é fundamental que essa senha principal seja altamente segura, pois toda a proteção do sistema depende dela”, enfatiza Humberto.
A autenticação em duas etapas também é essencial para fortalecer a proteção digital. Esse mecanismo adiciona uma camada extra de verificação, exigindo, além da senha, um código enviado para o celular ou outro dispositivo confiável. Dessa forma, mesmo que um criminoso descubra a senha, ele ainda precisará do segundo fator para acessar a conta.
Já o armazenamento de senhas em navegadores pode representar um risco. “Ao salvar credenciais no navegador, o usuário transfere a responsabilidade da segurança para o programa. Caso o computador seja comprometido, essas informações podem ser acessadas por terceiros. O ideal é memorizar senhas essenciais e não registrá-las em nenhum local vulnerável”, conclui o especialista.