O Doutorando em Comunicação e Cultura Midiática, Leonardo
Torres, faz um alerta sobre questões comportamentais relacionadas à busca pelo
sucesso. Ele comenta uma frase de Jim Carrey que ressoa em sua mente: “Eu acho
que todo mundo deveria ficar rico, famoso e fazer tudo o que sempre sonhou,
para que possa ver que essa não é a resposta".
Segundo Leonardo, no fundo,
essa frase nos faz pensar sobre uma das coisas que muitos, se não todos,
gostariam de ter: o sucesso. "Basta entrar no Google e digitar 'sucesso'
que você encontrará promessas de chegar até lá, fórmulas e vários passo a
passos para chegar mais rápido. O sucesso é concebido como prêmio. Parece, no
entanto, um prêmio que quando você o recebe e o segura, já não tem valor".
O sucesso hoje é muito ligado ao dinheiro, ao poder e à
fama, ou, como muitos gostam de eufemizar, ao reconhecimento. Vivemos para
isso. Vivemos para nos tornar alguém. Escutei muitas vezes 'eu sou médico'; 'eu
sou engenheiro'; 'eu sou doutor advogado'; mas, conto na mão quando escutei 'eu
sou feliz'.
No processo de vida do indivíduo, conquistar, ser
reconhecido, etc., é importante, mas devemos ter cuidado, pois a busca por
dinheiro, poder e fama em excesso corrompem o indivíduo. Maquiavel estava certo
quando mencionava que, para se conhecer um indivíduo, basta dar a ele algum
poder.
Quem avança demais sem escutar a voz de dentro (a vocação),
da alma, da ética da totalidade do indivíduo, corrompe-se e, por fim, perde o
sentido de viver.
Este sucesso é do “eu”, do “ego”. Ele é uma ilusão
narcisista, e está em todos os lugares: a famosa imagem do indivíduo escalando
até o alto da montanha sozinho, todo próspero. Sucesso não é nada disso.
Sucesso é coletivo e é um movimento eterno de ir para dentro de si e para fora
de si, para baixo (erros) e para cima (acertos).
Sucesso é um caminho feito de fracassos que, assim como uma
harpa, vão afinando nosso caminho de vida.
Sucesso deve estar ligado à palavra sucessão, no sentido de como
deixarei o mundo, a sociedade, para a próxima geração. Ou seja, não mais ligado
ao “eu”, mas ligado ao “nós”, ao todo.
Se entendermos isso, não precisaremos mais buscar com
euforia (ou seja, o eu somente fora) o dinheiro, a fama e o poder. Como diz
Gandhi: “quem não vive para servir, não serve para viver”.
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PENSE NISSO
PLENITUDE
Ousei sonhar com a plenitude
Mas, a tal felicidade plena
– Só noutro plano –
Não mais me ilude!
Ruy Godinho
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