Quando falamos de finanças para casais, é importante ter
cuidado para evitar brigas, o que é muito comum. Para grande parte dos casais
ocorre o desconhecimento do valor do salário do companheiro ou mesmo de como
ele gasta o dinheiro. Segundo o presidente da Associação Brasileira de
Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, essa informação é bastante
preocupante, já que demonstra uma grande possibilidade de problemas
relacionados ao dinheiro no futuro. Isso porque, a primeira dica em relação ao
tratamento do dinheiro do casal é sempre muito diálogo, mas isso também não
ocorre. Confira as dicas do especialista.
Mas, qual a saída? O mais adequado é construir um orçamento
familiar baseado nos sonhos e objetivos da família. Também é muito importante que
ocorra, o quanto antes, a definição de regras financeiras a serem seguidas,
como quem paga o quê. Contudo, essas regras devem ser alvo de constantes
reavaliações.
Para o casal, algumas questões se mostram fundamentais, tais
como se dará a divisão das contas. É possível ter uma conta conjunta para que
esses compromissos sejam pagos. Porém, acredito que seja interessante avaliar a
possibilidade de cada um ter sua conta corrente, definindo os limites, pois
cada um pode ter seus próprios gastos.
Já, quando o assunto é investimento, esse deve ser feito em
conjunto, pois, assim, se poupa mais dinheiro e se obtém melhores resultados.
Só tratando de forma diferenciada a questão da aposentadoria, já que esse
investimento deve ser separado para cada um, lembrando que, quem não construir
sua aposentadoria, um dia, terá que pedir dinheiro para alguém, certo?
O segredo, então, é colocar tudo na mesa, nunca esquecendo
que o assunto mais importante a ser conversado não são as despesas, e sim os
sonhos e desejos individuais e coletivos. É muito comum os sonhos serem
deixados de lado, mas, acredite, esse é um erro capital de milhões de casais.
É importante estar atento, colocando sempre, no mínimo, três
sonhos – curto (até um ano), médio (de um a dez) e longo prazo (acima de dez
anos) –, todos acompanhados de informações básicas, como quanto custa e quanto
será guardado mensalmente. Caso contrário, não serão sonhos, e sim verdadeiros
pesadelos para os casais, podendo “esfriar o relacionamento”.
É preciso reforçar que, mesmo tendo contas separadas, quando
se opta pelo casamento, é preciso não discriminar quem ganha mais ou menos.
Trata-se de uma família e, neste caso, a receita deve ser pensada e somada para
todos que dela participam. Assim, se deve definir um limite de gasto para cada
um e fazer com que ele seja respeitado. Caso isso não ocorra, deverá ser motivo
de diálogo.
Recomendo reuniões frequentes entre o casal para debater as
finanças, porém, diferente do que ocorre frequentemente, esse não deve ser um
momento apenas de tensão, mas sim de projeção;
Estabeleçam sempre sonhos de curto, médio e longo prazos,
lembrando que se deve ter objetivos coletivos e individuais;
Um ponto que geralmente é foco de divergências é o padrão de
vida que ocasal leva, assim, faça um diagnóstico financeiro e, com os números
reais da vida financeira, ajuste o padrão dentro dessa lógica;
Outro motivo de briga é o fato de um dos parceiros ser mais
acomodado. É importante entender que cada um possui um estilo, assim, recomendo
a busca de um meio termo, com regras bem estabelecidas e não ficar batendo
sempre na mesma tecla;
O ponto fundamental é que, quando só um dos parceiros
trabalha externo, também deve se ter a preocupação com a vida financeira em
longo prazo, no caso aposentadoria;
Caso tenham filhos, é preciso incluí-los na conversa sobre
dinheiro e, mais do que isso, também devem chegar a um acordo sobre como será a
educação deles em relação às finanças;
Se um dos parceiros fez alguma ação errada em relação ao
dinheiro, lógico que haverá um nervosismo inicial, por isso, tente deixar o
debate para um momento no qual já conseguiu se acalmar um pouco e refletir
sobre o ocorrido. Contudo, não finja que nada ocorreu, guardar pode causar
“estouros” futuros;
Lembrem-se, é nas dificuldades que vemos com quem realmente
podemos contar. Assim, em caso de crise financeira, em vez do distanciamento, o
ideal é buscar estar mais perto de quem gostamos.
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PENSE NISSO
“Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso
desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos”.
Sócrates