quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Você sabe quando chega a hora de terminar um relacionamento?



   
Infelizmente, a violência doméstica contra a mulher é uma constante em nossa sociedade. Por meio da divulgação dos casos mais recentes, percebe-se que os relacionamentos abusivos podem atingir qualquer pessoa, de qualquer nível sócio, econômico e cultural. Muitos, infelizmente, acabam de forma trágica, deixando no ar uma série de questionamentos. Segundo a psicóloga Marina Simas de Lima, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, uma das principais questões é: quais as dificuldades que as mulheres vítimas da violência doméstica enfrentam para terminar esses relacionamentos abusivos? As respostas são complexas, pois a violência doméstica não é apenas um caso de polícia, é na verdade algo que envolve as relações conjugais e os vínculos afetivos. Confira as observações da especialista.


Os relacionamentos afetivos são construídos ao longo do tempo. Cada casal desenvolve sua dinâmica e forma próprias de comunicação. Infelizmente, alguns casais constroem uma linguagem relacional que oscila entre o amor e a dor. E é aqui que entra o abuso, seja ele verbal, físico ou sexual.

A culpa nossa de cada dia

Hoje, apesar da mulher ter sua profissão, sua independência financeira e poder sair de uma relação abusiva, ela fica. Um dos motivos é a culpa. O abusador, ao longo do tempo, leva essa mulher a sentir-se culpada pela situação. Elas podem ainda sentir culpa e/ou vergonha por terem escolhido esse parceiro.

Outra questão é que a mulher, dentro de uma sociedade patriarcal e tradicional, como ainda é o Brasil, pode ter a crença de que para ser completa precisa estar em um relacionamento estável e duradouro.

Isso pode vir da família de origem, da religião e de crenças individuais. Assim, essa mulher permanece na relação e ainda acredita que o parceiro pode mudar, pode melhorar. Dependendo da religião ou da cultura da família de origem, o divórcio não é bem visto, não é aceito. Portanto, para essas mulheres parece que a única opção é ficar, mesmo sob constante violência.

Empoderar é preciso

Sair de um relacionamento abusivo sozinha pode ser muito difícil. Primeiro, porque a mulher pode nem perceber que se trata disso, pode considerar normal a dinâmica do casal. Depois, há o medo do julgamento e a vergonha de abrir os problemas conjugais para outra pessoa. E aqui vai um alerta: é preciso empoderar as mulheres para que procurem ajuda.

Quem está dentro da situação tem uma percepção menos apurada da gravidade. Assim, a recomendação é que a família e os amigos tenham mais atenção aos sinais que podem indicar algum tipo de violência e oferecer ajuda, escutar sem julgar e contribuir para que essa mulher entenda que está em um relacionamento abusivo, mostrando inclusive quais podem ser as consequências disso.

Intervenção necessária

É um mito achar que não se deve interferir em brigas de casais. O bom senso deve prevalecer sempre. Porém, brigas de casais que envolvem violência verbal e física, por exemplo, podem precisar da intervenção de alguém de fora, seja da família, dos amigos ou de um vizinho. Lembrando ainda que a terapia de casal também pode ajudar a mediar conflitos conjugais. 

Quando alguém pede por socorro, como seres humanos, devemos nos preocupar, checar o que está havendo. A omissão pode levar a consequências mais graves do que ser considerado apenas “intrometido”.

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PENSE NISSO

"Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado".


Roberto Shinyashiki

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