A trajetória de um poeta é, muitas vezes, tecida por experiências marcantes e desafios superados. No caso do escritor e jornalista de origem indígena William Silva, sua caminhada foi moldada pela introspecção e pela luta contra adversidades desde a infância.
Nascido com ptose (condição da queda da pálpebra superior), enfrentou o bullying desde cedo, vivenciando uma jornada de autodescoberta que culminou na expressão poética. Com formação em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA), construiu uma carreira como repórter, editor e chefe de reportagem em diversos veículos de comunicação em Belém.
Paralelamente, desenvolveu sua produção literária, participando do Salão de Poesia, organizado pelo poeta Ruy Godinho no final dos anos 1970. O reconhecimento veio com o lançamento do livro alternativo Sangria, um projeto inovador que inspirou a criação do coletivo Fundo de Gaveta, possibilitando que diversos poetas publicassem seus trabalhos entre 1981 e 1983.
Agora, ele vive um novo capítulo em sua jornada literária com o lançamento de Passo Incerto, sua primeira obra solo. O livro, dividido entre poemas escritos na adolescência e na fase adulta, reflete sobre a identidade, a passagem do tempo e a busca pela verdade na vastidão da alma humana.
Para o autor, a publicação representa um ato de coragem, uma vez que expõe sua essência e vivências mais profundas ao público.
O processo de escrita de Passo Incerto foi longo e permeado por desafios. Ao longo dos anos, a exigência da vida profissional o afastou da produção literária, mas ele nunca desistiu.
Aos poucos, reuniu poemas que resistiram ao tempo e encontrou no apoio de sua esposa, Leide Silva, e de amigos como Vera Brasil, Marcelina Sanches e Rachel Machado, a motivação necessária para concretizar seu sonho. A parceria com a editora Autografia foi essencial para a publicação da obra, incluindo a colaboração do autor na concepção da capa, fotografada por ele mesmo e desenvolvida junto à designer Juliana Dantas.
Publicar um livro sempre foi um desejo, mas sem grandes expectativas além da satisfação pessoal. Ele comenta, citando o poeta cubano José Martí, que cunhou a frase, “Há três coisas que todos deveriam fazer na vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”, que cumpre agora essa máxima de vida. Com cinco filhos e mais de cinco árvores plantadas, ele agora realiza o último item dessa lista, registrando sua existência e compartilhando sua visão de mundo por meio da poesia.
Para os leitores, deixa um convite: “Exercitem o pensamento crítico, a sensibilidade e o amor ao próximo, promovendo a inteligência em favor da justiça social. Passo Incerto é, antes de tudo, um chamado para refletir sobre a condição humana e a beleza que existe na fragilidade da existência.”
Texto de Laryssa Gomes, publicaado no blog da Editora Autografia
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